29 outubro, 2009

Produção Científica

O que se entende por produção científica em Filosofia? É possível produzir trabalhos originais em Filosofia ou seremos apenas "piratas de ideias"?

Essas perguntas me inquietam por causa do discurso que vejo na universidade e da prática dos trabalhos de conclusão ou monografias. O estímulo a procurar algo original, novo ou mesmo próprio, só
virá depois do mestrado, quem sabe doutorado. No entanto, mesmo nessas instâncias o orientador não quer ter trabalho, ou não sabe a fundo sobre o autor ou assunto tratado. Resultado: mais uma avaliação-sob-determinado-ângulo-de-um-filósofo parecido com tantos outros. Mesmo aqueles que conseguem se impor e tentam ser originais acabam por ser massacrados na banca, recebendo nota aquém do esperado e/ou merecido.
Na graduação é pior ainda. O incentivo para ler, estudar, conhecer os filósofos, não ser apenas um historiador da filosofia e ser um filósofo no amplo sentido da palavra: tudo se revela discurso nos semestres finais, quando os professores "influenciam" o formando a "escrever algo sobre um filósofo", ou seja, refazer o que alguém já fez, uma releitura, um "novo" aspecto de pensamento acerca do filósofo escolhido.

Mas e quanto àquela vontade de trocar ideias, aquela sede de aprender que os graduandos tem naturalmente? O que fazemos com todo o exercício filosófico que fazemos nos intervalos, nas discussões fora de sala, nas mesas de bar, no ônibus indo para casa? A troca e o diálogo que os alunos fazem, muitas vezes chega a um nível elevado de debate, sem alardes. Em aula, na maioria das vezes, não há nem tempo hábil para tanto. Me incomoda pensar que tudo isso tenha que ser represado, guardado para um possível mestrado (que para a maioria nem acontece) ou simplesmente suprimido.
Eu pretendo não esquecer disso e esse blog é testemunha de minha vontade.
O que espero é poder fazer um trabalho original sem precisar me especializar em um nome para poder ganhar o diploma. Veremos em dois ou três anos.

2 comentários:

  1. Confio em teu talento, tua dedicação e a inquietude que não deixará morrer tua sede de saber, crescer, criar...

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  2. Hoje tenho a resposta: farei um trabalho focado em um autor, mas buscando algo não tratado por outros autores. Quase um "mais do mesmo".
    Ainda assim, procurarei não apenas apresentar o filósofo; vou abordar algo que não vi ser tratado em sua filosofia até agora.
    Desejem-me sorte!

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