17 fevereiro, 2014

Posicionamento

     Com relação aos recentes fatos ocorridos em nossa "Terra Brasilis" achei por bem me posicionar. Até porque preciso desabafar algumas coisas que penso, preciso deixar claro que tipo de ideia tenho a respeito da atitude política e social de modo geral.
      Desde junho de 2013 vêm ocorrendo os protestos que exigem mudanças e certos direitos à população de modo geral. Começou pelas passagens, tomando uma amplitude maior no decorrer de um mês e hoje, passados mais de seis meses, aqui em Porto Alegre temos o Bloco de Luta pelo Transporte Público lutando como estava: sozinho, sem amplo apoio popular.
      Eu apoio totalmente a iniciativa do bloco, participei de protestos ano passado e procuro divulgar os eventos e marchas quando ocorrem, além de difundir informação para esclarecer quem só tem a mídia maior como fonte. Infelizmente, até por minhas atribuições como professor, não pude estar presente em outros protestos recentes, fato que mudará esse ano, já que não mais terei as noites com aulas.
      Apoio  o protesto e as manifestações de forma geral, com suas brigas, badernas e quebra-quebra. Não sou ingênuo ou hipócrita para defender que o protesto tem que ser pacífico, ou que só pela luta pacífica nossa voz será ouvida. Não vai ser. Precisamos entender que não se fazem revoluções e mudanças sociais bruscas sem alguma dose de violência e baderna.
      "Mas então tu apoia o vandalismo?" - Não. Não apoio. Há uma diferença entre entender que a violência é um aspecto do protesto (principalmente como expressão de um descontentamento histórico e contra a truculência policial) e que o quebra-quebra sem critério e por mera diversão é infantilidade, burrice, vandalismo sem critério.
      Eu sou contra a Copa, contra a FIFA, contra a iniciativa governamental de nos empurrar isso goela abaixo, apesar de todas manifestações contrárias; tudo em nome de uma corrupção endêmica, de uma fachada  e um marketing para atrair novos investidores e mais dinheiro. Sempre o dinheiro.
      Sou contra a tendência atual de estabelecer pessoalmente os valores e critérios de justiça que devem ser aplicados na sociedade. Lutamos muito para criar leis, para agirmos em sociedade. Arriscar tudo isso em nome de uma indignação ética é leviano, perigoso. Motiva cada vez mais violência,  preconceito e produz erros irreversíveis. Se formos defender essas iniciativas, já perdemos.
      E, por fim, sou contra a fachada de desinformação desleal a que  estamos sujeitos por parte das redes de comunicação principais, as grandes mídias. Procuro ativamente trazer informações a meus alunos, amigos, conhecidos. Procuro alertar para as distorções dos fatos. Procuro embasar minha afirmações.
      Tenho noção de que muitas vezes sou mal compreendido ou interpretado, por isso venho esclarecer minhas posições nesse texto. Claro que ainda assim terei que enfrentar críticas, posições contrárias e debates (muitas vezes infrutíferos), mas pelo menos, deixo claras as ideias que defendo. Cada uma delas está firmada em algum  conhecimento, experiência ou informações. Cada uma delas parte de fatos, relatos de pessoas que confio e de constatações que pude chegar.
      Aguardo sempre um bom debate, uma troca saudável de ideias. Isso é democracia, é cidadania, é respeito, é sabedoria.
      Obrigado a todos que leram até aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário