03 maio, 2013

Desafios!

     Os poucos meses em aula na rede pública de ensino já tem me rendido bons desafios filosóficos e uma tendência, que eu já havia previsto, se manifesta: uns poucos alunos parecem interessados na matéria. Mas nem tudo está perdido...
     O que tem me surpreendido positivamente é o número de alunos que demonstram conhecimentos variados na área de ciências humanas (filosofia, geografia, sociologia, história) e que gostam de debater. Eles tem necessidade de ouvir a opinião de algum professor sobre assuntos diversos nessas matérias, tentando estabelecer um diálogo entre o que lerem/estudaram/ouviram falar e o que efetivamente o professor apresenta como conhecimento.
     De minha parte, procuro manter esse tipo de diálogo aberto e tem funcionado para atrair a atenção dos alunos para coisas que eles gostem e que saibam pouco; procuro aproveitar também para introduzir certas noções que eles desconheçam ou para provocar com algum assunto interessante.
     Outro ponto positivo é o número efetivo de  jovens interessados nas aulas. Pensei que poderia salvar uma alma ou duas por turma, mas tenho sido agraciado com o interesse de uns  cinco ou mais em cada aula, o que já me parece bom para um professor iniciante e com uma matéria que eles consideram "difícil", "chata" e "muito complicada de entender". 
     O desafio agora é manter essa chama acesa e espalhar ainda mais a vontade de conhecer a filosofia. Conquistar os que não gostam tem sido minha missão pessoal e espero resultados em breve nas avaliações que pedi e outras que aplicarei em aula. Quero mensurar o quanto eles podem ter evoluído em seu entendimento das coisas e em sua capacidade argumentativa. 
     As questões que eles me trazem são parte desse desafio: perguntas pessoais, abrangentes demais, baseadas em opinião e preconceito, com absoluto desconhecimento de causa,... Tudo vale! Procuro respeitar o aluno que pergunta e direcionar da melhor forma o que respondo, para que ele construa o final da sua resposta sozinho, chegando por sua razão  ao entendimento. Assim, faço filosofia e gero novas questões em sua mente. Em alguns, quase posso ver o entendimento da resposta e outras perguntas se formando! Outros vem nas aulas seguintes, perguntando mais.
      Pelo menos, o debate está se estabelecendo aos poucos, a confiança dos alunos com relação ao conhecimento que adquirem está se fortalecendo e a figura do professor mais acessível está próxima deles, não o contrário. Meu trabalho é esse. Estar disponível é o mínimo que devo fazer.
      Uma hora dessas vou trazer as questões deles para analisar nesse blog. Tem coisas boas surgindo...


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