Eu comecei os estágios obrigatórios em licenciatura no semestre passado. Agora dou continuidade e consigo apreciar melhor as observações. E ainda faço monitoria!
Essa experiência em sala de aula é uma incrível possibilidade de mensurar o quanto aprendi na universidade, o quanto evoluí como filósofo e como a escola necessita de filosofia. Eu realmente acredito, cada vez mais, que o papel do filósofo passa necessariamente pela educação, pelo ensino do que se pensa ou sabe.
Os profissionais em outras áreas podem prescindir dessa atuação, podem pensar sua profissão de outra forma. Mas em filosofia, onde tanto se pensa, tanto se descobre... Não há uma forma de explicar a outros sem usar de algum método, uma espécie de didática. Se vai ser em forma de livro ou numa sala de aula, o efeito pedagógico é o mesmo.
As crianças e adolescentes tem opiniões, tem verdades e visões de mundo; eles apreciam o desafio de pensar coisas diferentes, fazem perguntas para testar o conhecimento do professor acerca de seu mundo e de assuntos delicados, polêmicos. Por que não devemos usar dessa curiosidade, dessa atitude para ensinar filosofia?
Tenho um profundo respeito pelos professores que tentam fazer a diferença nas vidas de seus alunos. Ainda vejo isso em várias escolas e nos professores da escola que estou estagiando. A professora que me orienta tem uma atitude didática, responsável e muito voltada para a realidade dos alunos. Ela é habilitada em Filosofia, formada em História, mas nem por isso evita trabalhar a filosofia. Por vezes, os assuntos e conteúdos apenas tangenciam a filosofia, mas são válidos pela diversidade de ideias que geram e pelo exercício de um raciocínio menos comodista.
Não vejo a hora de iniciar minhas horas de regência, de trabalhar diretamente com os alunos e poder testar minhas capacidades como professor. Já faço isso informalmente, na monitoria; na hora de atuar imagino que conseguirei trazer os alunos para o assunto e conseguirei aproximá-los dos temas filosóficos, dos autores e de um pensamento mais atuante.
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