11 novembro, 2011

Livros: por que lê-los?

     Em tempos de internet, mídias sociais, vídeos produzidos por qualquer pessoa com acesso a uma câmera, celulares e uma infinidade de recursos informativos como podemos manter o interesse em livros?

     A difusão de informações se dá de forma rápida e muitas vezes incompleta ou errônea: a internet tem sites confiáveis, mas um número imenso de outros em que o conteúdo é duvidoso, falso ou mesmo ignorante da verdade; a televisão vincula informação de acordo com interesses corporativos, entretendo e não criticando; os jornais mantém um equilíbrio tênue entre fatos reais e informações com manipulação e/ou notícias incompletas; as revistas são um grande veículo de propagandas, ainda que o texto contenha densidade, prejudicando uma difusão completa do assunto tratado.
     Somado a tudo isso há o desinteresse geral por uma leitura mais densa, completa; as gírias, reduções linguísticas e palavras abreviadas da internet contribuem para desestimular uma concentração necessária à leitura. Lê-se muito, mas sempre em frases curtas, ideias curtas.
     E os livros? Livros são uma forma ancestral e única de difusão de informação e conhecimento. Um livro pode ser simples, apenas servindo como diversão; pode ter muitos desenhos e figuras. Mas o principal atributo do livro é poder transmitir a língua, as palavras, a cultura. Além disso, as ideias do autor do livro tem que ser bem expressas para serem compreendidas, podem ser esmiuçadas, geram um raciocínio crítico-interpretativo. Mesmo um livro de romance que se lê para relaxar vai contar uma história, atiçar a imaginação do leitor e ainda desenvolver o entendimento da linguagem (estrutura, semântica, vocabulário).
     Antigamente os livros eram a única forma de transmissão de conhecimento, eram escritos para deixar gravado por gerações as ideias que o autor queria passar. Hoje o livro é importante por isso e por ser a fonte mais confiável de conhecimento, de difusão de saberes. Não é fácil chegar a publicar um livro, principalmente  informativo, que trate de um assunto científico ou que propague ideias. Essa dificuldade já filtra possíveis textos ruins e sem conteúdo, ainda que as editoras hoje sejam mais comerciais e, às vezes, sem muito critério literário.
      Devemos ler pelo prazer de imaginar, de compreender ideias, por querer conhecer as palavras, por saber que o texto contém entrelinhas, interpretação e conhecimento, por satisfação de aumentar seu vocabulário e por entender que essas coisas são importantes para toda a vida, em todas as áreas de saber e lazer.
     Leiam. Aprendam. Entendam. E só depois de ter lido um livro, critique-o.

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