29 novembro, 2010

Sensações

Toda vez que tentamos observar verdadeiramente algo externo a nossa existência individual parece que é impossível separar as emoções desse processo; impregnamos a visão com elementos culturais, preconceitos, conhecimentos prévios, sensações,... Imagine-se tentando aprender sobre algo, sem levar em conta a linguagem, algum saber sobre o assunto, alguma emoção que o objeto desperte.


Desafio interessante, ainda que praticamente inviável. Separar a emoção de tudo que podemos perceber nos faz ser menos que animais, talvez até menos que minerais. É próprio do ser humano sentir, emocionar-se. Faz parte da memória, guardar sensações associadas a fatos, a coisas. Quando toca uma música determinada, sentimos alegria, tristeza, saudade; o mesmo ocorre ao vermos um brinquedo antigo, sentirmos um cheiro, olharmos uma foto. Tudo isso desperta sensações que estão associadas a esses objetos. Para coisas novas não é diferente. Aprendemos por ligar a algum sentimento, uma sensação.

O ato de conhecer alguma coisa é isso, essa ligação essencial entre o sujeito que aprende e o objeto de sua atenção, na forma de algo físico, imaterial ou abstrato. Não adianta querer convencer que a coisa em si é possível de ser atingida pela razão, ou mesmo que tenhamos condições de só se aproximar do puro ser de um objeto.

Nada está dissociado de sensações, não no corpo humano. E como ainda não sei pensar só com a alma em estado puramente imaterial...continuo acreditando numa concepção mais humanista de Epistemologia.

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