Os estudos sobre Antropologia Filosófica realizados por Max Scheler ou Cassirer, ou mesmo Nietzsche, me fazem pensar sobre a condição humana na sociedade atual. Digo atual, e não contemporânea, porque não pretendo usar de conceitos estabelecidos e termos que possam induzir a erro.
O que motiva o ser humano?
Depois do fracasso da religião e do fracasso da ciência, o pensamento "eco-qualquer-coisa" que se estabeleceu nas duas últimas décadas também parece estar sendo incapaz de se firmar e responder a pergunta.
A perseguição constante por sentido, por ética, por respostas metafísicas e por uma felicidade ilusória são parte integrante desse paradigma insólito que se instala na nossa aldeia global. A apatia perene que se observa no homem comum poderia se supor como a calmaria antes da tempestade. No entanto, essa tormenta deverá ocorrer ainda muito além, décadas à nossa frente.
Aqui no Brasil isso se mostra dolorosamente evidente a partir do momento em que o populismo se instala no governo federal; quando um palhaço se elege com mais de um milhão de votos; quando a passividade perante a corrupção se torna a regra; quando tudo que podemos fazer por nossos filhos é dar esperança sem realmente fazer nada a respeito.
O que nos motiva?? O que pode nos fazer ser um pouco melhores? Ou será que não chegaremos a ser melhores?
Vale a pena pensar na sociedade ou apenas em si mesmo e suas ambições?
A angústia da existência é experimentada desde que o primeiro homem de consciência pensou sobre sua condição de homem mortal. A busca de sentido, de significação em sua vida, aquilo que o pudesse definir. Essa foi a principal senda trilhada pelos pensadores da questão do Homem.
Chegamos ao século XXI com um avanço imenso em tecnologia, ciência e técnica sem compreender exatamente porque precisamos disso, sem saber quase nada de nossa psicologia, e nada de nossa alma (se é que ela existe!).
Como podemos pensar a sociedade atual em meio a esse marasmo filosófico-analítico?
Um blog dedicado a dividir com os leitores as minhas ideias, pensamentos e dúvidas. Pretendo questionar mais do que informar, incitar mais do que acolher, ousar mais do que aceitar. Seguiremos um caminho juntos, de descobertas e conhecimento, aproveitem. É imprescindível ter imaginação, análise crítica e bom humor para aguentar as postagens.
Oi alex! Poxa, isso é verdade. Quanto mais avanços mais apática fica sociedade. Onde já se viu jovem com angustia?
ResponderExcluirMe lembrei de uma senhora alemã que inclusive faleceu faz pouco dias. Durante a adolescência, ela perdeu a família na 2° guerra e dizia que naquela época ela precisava sobreviver e por isso não tinha tempo para ficar deprimida. Hoje que temos tudo ficamos tristes.
Nietzsche tá se revirando no túmulo. Hehehe Abraços!
Olá Alex.
ResponderExcluirParece-me que a questão da técnica é central. Embora tu fales no contexto de 'motivação' ou o 'psicológico' do homem, não sei se compreendi errado, também há outro agravamento a partir do surgimento das ciências técnicas em geral (tékne - tecnologia).
Alguns filósofos do século XX já se debruçaram sobre essa questão: o Heidegger fala do agravamento da questão do Ser; Horkheimer e a Escola de Frankfurt dizem que a razão instrumental, preconizada por uma ideologia cientificista, coloca a razão com meros objetivos de dominação, poder e exploração, diferentemente de uma razão crítica, etc.
Urge discutir o problema da técnica, ou seja, como no nosso contexto histórico, e nós como homens, sofremos esse colapso de um 'mundo' predominantemente tecnocrata, massificado, etc.
Abraço.
Obrigado pelos comentários.
ResponderExcluirGlauber: sim! Ele deve estar encolhido no canto do caixão, louco para que surja de uma vez o Übermann...
André: no âmbito da Antropologia Filosófica se discute o ser humano, mais pelo enfoque ontológico, que cobre principalmente os ramos psicológicos, espirituais e sociais do Homem. Nesse contexto é que observo a apatia, o descrédito com o social, com o outro (enquanto ser). A técnica é parte fundamental do pardigma vigente e, como tal, responsável pelo colapso que percebemos.
Acredito que a discussão do paradigma, refletindo sobre os aspectos subjetivos que estão em baixa, deva começar na escola, onde atuaremos como professores. Aliás, colocarei isso em outro tópico.
Um abraço.