16 setembro, 2009

Ética do século XXI: Simplismo

Entre todos os caminhos que a Humanidade poderia ter seguido para guiar suas ações, justificar seus pensamentos, regular as relações sociais e outras coisas propriamente humanas, podemos citar como principais apenas dois caminhos: a religião e a ciência.

Por séculos a fundamentação da Moral se deu pela religião e pelo transcendente. A figura de deuses ou um deus a regular, decidir o que é bom e ruim, punir os pecadores, infiéis ou hereges... isso era o que se podia esperar para o Homem.
O questionamento da ciência em busca da physis, da natureza como um todo, acabou explicando muitos dos milagres divinos, colocando uma fé desmedida na razão (vide Descartes). A ciência poderia explicar o mundo e a própria razão teria sua fundamentação em si mesma. Kant tentou isso, Hegel também.
Mas o século XX provou que também nesse sentido, estávamos errados. As guerras, destruição em massa, economia devoradora e nossa pequena aldeia global mostraram ao Homem que seu orgulho e sua Ética estavam perdidos.
Procuramos uma Moral humana, uma Ética essencialmente pura; o que conseguimos foi uma descrença no "humanismo". O mercado de trabalho, a técnica e o prático estão em alta; a auto-avaliação, a virtude e o pensar estão em baixa.
O século XXI prevê novas formas de ciência baseadas em teorias inclusivas (teoria das cordas, dos sistemas,...) ou ecológicas. A Bioética é um campo em ascensão não por acaso. Há uma necessidade latente de se repensar a Moral humana. Nunca na história vivemos sem algo a nos regular as relações. A religião falhou, a ciência falhou; não podemos cometer o mesmo erro usando puramente a Ética! O ensinamento mais "natural" que podemos alcançar é uma pequena regra de sociabilização, muito pouco pensada em nossas ações: faça aos outros aquilo que queres que te façam.
Isso é o que chamo aqui de Simplismo, derivado de preceitos tão antigos quanto a escrita, mas ainda válido em nossa sociedade tão moderna e agitada.

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