19 junho, 2012

Metafísica


     Quando se fala em Metafísica, na maioria das vezes, alguém lembra de coisas abstratas, inalcançáveis, conceitos etéreos; pouca gente se dá conta que a Metafísica trata de conceitos básicos, indispensáveis até mesmo para o mais aguerrido analítico.
     As ideias principais dos assuntos metafísicos são todas consideradas "acima", "fora" ou "além" da realidade, do concreto. Mas originaram-se da busca de respostas para observações do mundo sensível e natural. Essas ideias básicas deram origem aos conceitos propriamente metafísicos: alma, deuses, transcedência, tempo, espaço, universais, múltiplos, etc.

       Quando Aristóteles pensa o real por meio de suas causas, fenômenos e leis naturais acaba por perceber que muitos dos conceitos que explicavam essas relações estavam além do natural que ele conhecia tão bem, cabendo posteriormente agrupar seus trabalhos nesse sentido em um único tópico: nascia a Metafísica.
    Hoje ela é considerada obsoleta pela maioria dos filósofos ditos sérios ou relevantes. A Pós-Modernidade tentou empurrar os problemas metafísicos para baixo do tapete, mas me parece que eles estão muito atuais. De onde vem a vida? Qual o sentido de nossa existência? Por que sentimos necessidade de pensar num início ou fim para tudo? Deus existe? O que é alma? O tempo existe ou é uma percepção meramente humana? O espaço é tridimensional?
        Pensar o mundo com as lentes metafísicas é ainda um bom modo de repensar os velhos conceitos, reavaliar as experiências e descobertas humanas; tentar entender as ideias gerais de alma, tempo e espaço já nos gera uma infindável possibilidade de avaliação do nosso mundo. Os conceitos de grande parte das pesquisas filosóficas em todas as áreas vem da Metafísica; a relação entre esses conceitos e os exemplos criados pelos autores epistemólogos, por exemplo, tem uma grande semelhança. Ou os exemplos do cérebro na cuba de vidro ou a colocação de um cérebro bipartido em dois corpos não são muito abstratos e fantasiosos?
          Mas o pensamento metafísico é muitas vezes acusado de um subjetivismo ou relativismo do qual não se pode seriamente depender. Será? A objetividade científica que caracteriza a filosofia inglesa e americana está em destaque nesse século. Os analíticos ganham terreno por sua praticidade nesses tempos tão rápidos, tão imediatistas. Entretanto, não podemos negligenciar os esforços de pensamento de séculos de pensamento não-analítico, em detrimento de uma forma única de pensar a filosofia. Como sempre, uma visão e uma perspectiva mais amplas nos trazem novas compreensões e questionamentos para as velhas perguntas. Devemos cultivar esse aspecto de análise e repensar a Metafísica. 
          O que é Repensar? Como a Metafísica pode ser avaliada em termos objetivos?

4 comentários:

  1. Fala, jovem!
    Cara, não ficou claro se tu está fazendo uma defesa da metafísica ou se tu quer apontar problemas nela. Ou ainda, se é um texto introdutório para os teus alunos. Clarifique esse seu rendimento à metafísica, camarada. =]
    Um forte abraço,
    T.

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    1. Mister T.
      Eu posso dizer que estou defendendo Metafísica, além de apresentá-la aos alunos. Pensei ter demonstrado meu apreço por tão belo ramo filosófico!
      Valeu pelo comentário!!!

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  2. Em tempo: blog do Alex Silveira
    http://amantessofia.blogspot.com.br/

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    1. Muito bom! Diz pra ele colocar a opção de seguir o blog!

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